terça-feira, 22 de setembro de 2009

ISTO É DESINFORMAÇÃO


A revista Isto É de 23 de setembro de 2009 dedica uma matéria a um suposto cerco dos políticos à imprensa na América Latina. No editorial, apresenta o exemplo da Venezuela destacando "o cancelamento de concessões de TV", já na matéria destaca que Hugo Chavez cassou a licença da Radio e TV Caracas (RCTV). Entretanto, não houve nem cancelamento, nem cassação, houve uma não renovação da concessão pública.A lei que permitiu a Chávez fechar a RCTV é anterior a seu governo. Segundo ela a renovação ou não de concessões de televisão ou de rádio é decisão administrativa do Executivo, sem a necessidade de qualquer consulta. Cabe aqui lembrar que a lei brasileira segue os mesmos moldes. A revista ISTO É que supostamente defende a liberdade de imprensa não informa ao povo brasileiro que essa mesma empresa que não conseguiu sua renovação participou da conspiraçao e articulação de um golpe contra Hugo Chavez em 2002, desinformando a população sobre o paradero do presidente sequestrado e reunindo uma serie de programas que atentavam a imagem de Chavez para legitimar o golpe. A pergunta, essa que não quer calar é a seguinte: que liberdade de imprensa é essa que deseja golpear a própria democracia?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

ÉPOCA E VEJA tomam partido pelos ricos e opressores


Luís Gonzaga Belluzzo (http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/um-olhar-sobre-nossa-imprensa)
Eu estava na ante-sala de uma médica, em Salvador. Sábado, dia 29 de agosto. E apenas por essa contingência, dei-me de cara com uma chamada de primeira página - uma manchetinha - da revista Época, já antiga, de março deste ano de 2009: "A moda de pegar rico" - as prisões da dona da Daslu e dos diretores da Camargo Corrêa. Alguém já imaginou uma manchete diferente, e verdadeira como por exemplo, A moda de prender pobres? Ou A moda de prender negros? Não, mas aí não. A revolta é porque se prende rico. Rico, mesmo que cometendo crimes, não deveria ser preso. Lembro isso apenas para acentuar aquilo que poderíamos denominar de espírito de classe da maioria da imprensa brasileira. Ela não se acomoda - isso é preciso registrar. Não se acomoda na sua militância a favor de privilégios para os mais ricos. E não cansa de defender o seu projeto de Brasil sempre a favor dos privilegiados e a favor da volta das políticas neoliberais. Tenho dito com certa insistência que a imprensa brasileira tem partido, tem lado, tem programa para o País. E, como todos sabem, não é o partido do povo brasileiro. Ela não toma partido a favor de quaisquer projetos que beneficiem as maiorias, as multidões. Seus olhos estão permanentemente voltados para os privilegiados. Não trai o seu espírito de classe.

Esse texto acima do economista Luiz Gonzaga Belluzzo revela uma realidade de parte considerável de nossa imprensa. A revista INVeja por exemplo na sua edição 2.128 ano 42, nº 35 de 2 de setembro de 2009 agride e acusa o MST e suas lideranças de desvio de dinheiro público. Se analisarem criticamente INVeja tenta criminalizar o MST como a Ditadura fazia, sem direito a defesa, ao contraditório. Aliás, INVeja faz parte do esquema hegemônico da mídia que esta assombrada com a possibilidade de se aprovar uma legislação mais democrática para os meios de comunicação. Eles dizem pregar liberdade de imprensa e de expressão, mas calam as vozes daqueles que são expostos como o MST que esta sendo associado como uma organização de bandidos. Foram oito páginas de acusações, sem nenhuma única linha apresentando o contra-ponto do MST. Ademais, INVeja ao apresentar um MST dividido o faz de forma demagógica e inresponsável. Para a revista se o MST faz oposição ao governo, organiza manifestações e ocupações de prédios públicos, o faz para chantagear. Se não pressiona o governo é porque é pelego. Na verdade a revista aposta no sensacionalismo para impressionar o leitor e convencê-lo de que o MST merece ser destruído e talvez colocado na clandestinidade como defendem a bancada ruralista no congresso. Contra o MST a revista é uma verdadeira Agencia de Investigação, entretanto, em relação ao Banqueiro Daniel Dantas, a revista se cala, ou faz sua blindagem de todas as formas. Isso é mais uma prova de que parte considerável da imprensa brasileira toma partido, no caso de INVeja toma partido pelos latifundiários e banqueiros.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Governador W. Dias cumpre (des)ordem de despejo de familias sem teto


A quase uma semana do despejo das famílias sem teto que ocupavam um terreno denominado Alto da Felicidade na zona leste de Teresina não tivemos ainda a felicidade de nenhum pronunciamento do Governador W Dias sobre as famílias despejadas.Parece até que as familias sem teto não existem mais. Não se ouviu uma única voz de representante do povo a favor das famílias. Nenhum representante da Camara de vereadores ou da Assembléia Legislativa se pronunciou sobre o fato, nem mesmo convocando uma audiencia pública para debater a questão, ja que ela não se encerra por aí, principalmente pelo fato de existir uma verdadeira cidade de sem teto em Teresina. Aliás, para não ser injusto,o prefeito Silvio Mendes revelou, como afirmamos na postagem anterior, ter sido supreendido com o despejo. Ao tentar se desresponsabilizar pelo ocorrido, Silvio também aponta a existencia de um acordo de transferencia provisória das famílias, exigencia da Caixa Economica para fazer avaliação do terreno junto aos proprietários. Acordo assinado pelo próprio governo do Estado. Entretanto, mesmo existindo tal acordo, a PM do governo W. Dias (ele é comandante maior da força militar regional) realizou o despejo. Diante disso, Em que medida o acordo serviu para desmobilizar o movimento e facilitar a expulsão das famílias?. Partindo do pressuposto de Bobbio que diz ser esquerda aquele que toma partido pelo social, pelo coletivo em detrimento do individual ou particular, nesse caso, o governador W. Dias se comportou de que forma? Façam seus comentários.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Arimatéia Azevedo em defesa dos Ricos-Santos da Construtora Jurema e contra os Pobres-diabos dos sem-tetos


É lamentável a opinião da imprensa tradicional e conservadora do Piauí a respeito da questão habitacional, especialmente no caso do despejo do Alto da Felicidade ocorrido no dia 12 de setembro do corrente ano . Arimateia Azevedo no texto "Invasão contida" (http://www.portalaz.com.br/arimateia) reforça a idéia de que a questão habitacional deve ser resolvida como caso de policia através da repressão e não como caso de política pública como prevista na Constituição de 1988 . Na verdade, ao esquecer, ou ignorar, que a questão habitacional deve ser enfrentada pelos governos (municipal, estadual e federal), Arimateia desresponsabiliza esses entes federados. Pior ele vai mais além quando desconhece a própria problemática da moradia quando associa as ocupações com atos demagógicos. Arimateia tenta convencer a população que as ocupações são motivadas por interesses individuais e ideológicos eliminando a realidade de cerca de 45 mil famílias sem teto na cidade. Ignora também que a cidade de Teresina nos últimos 25 anos foi construída principalmente pelas ocupações urbanas e não pelos governos. É só comparar o numero de vilas existentes com o número de conjuntos habitacionais populares construídos nesse período. Arimateia em nenhum momento de sua opinião reconhece os sem teto como sujeitos de direitos, ao contrário, reforça o discurso conservador de que os sem teto são manobrados, coitadinhos, "pobres-diabos". Infelizmente não para por aí, também deseja Arimateia que os governos assumam o compromisso de não mais desapropriar as terras o que é ilegal, pois em casos de terrenos sem função social e que servem apenas a especulação imobiliária, como é o caso do terreno ocupado pelas famílias e de propriedade do Deputado Federal Marcelo Castro (Construtora Jurema), a Constituição prevê a desapropriação a favor do interesse social e coletivo. Interesse esse que o Deputado Federal deveria assumir e que Arimateia Azevedo ignora, não por ser inocente, mas por ser conveniente com os poderosos, os quais se esqueceu de definir como "ricos-santos", já que define os sem teto como “pobres-diabos”.