quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Carnaval de Teresina sem as escolas de samba


Após o barulho e a iniciativa do Ministério Público do Estado através da promotora Leida Diniz em proibir a ajuda de custo de 50 mil reais para cada escola de samba o que totalizaria 350 mil reais, imaginava-se que a prefeitura de teresina não iria colocar recursos para a festa de momo. Entretanto, além da pré-carina (parceria público-privado) teremos ainda shows de bandas daqui e atrações de fora durante o carnal com recursos da Prefeitura. Tudo bem, gosto da alegria e irreverencia das bandas e estilo baiano. Mas nossas letras, nosso batuque, desfilando e cantando nossa terra foi silenciado, como silenciou o Ministério Público sobre os shows. Não desejo aqui fazer escolhas, mas revelar a escolha do poder público. Afinal de contas, parte do dinheiro investido pela prefeitura nesse carnaval 2011 sairá do nosso Piauí e será depositado em contas privadas de empresários e artistas de bandas de outros estados. Não quero incentivar "barrismos", mas defender um carnaval que valorize também nossos compositores, nossos batuqueiros, nossos sambistas, nossos artistas popularres, pois poucos, ou talvez nenhum artista de elite intelectual ou financeira contribuía com sua criatividade para desenvolver ou aperfeiçoar as escolas de samba. Talvez se essa elite tivesse mais presença, a resistencia contra a medida do MPE de proibir o investimento público nas escolas teria sido maior. Finalizando com perguntas: quanto de recursos a prefeitura está pagando na organização dos shows (pré-carina e carnaval)? Independente dos recursos, se menos ou mais do previsto para as escolas, sendo recursos públicos para a iniciativa privada, porque o MPE apenas proibiu as escolas? Que critérios foram usados para desqualificar as escolas e preservar os shows? O critério do protagonismo dos foliões? O que é ser folião protagonista? E se incluíssemos o critério do fortalecimento da identidade piauiense nas manifestações carnavalescas? O critério da presença do público como faixa etária? Como é complexo fazer escolhas, tomando decisões parciais.
Edmundo