domingo, 11 de outubro de 2009

SOBRE O ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL, SERÁ QUE TUDO VAI FICAR IGUALZINHO COMO ERA E COMO É?


O repórter Bernardo Mello Franco, de “O Globo”, escreveu que a “Câmara dos Deputados aprovou ontem uma versão esvaziada do Estatuto da Igualdade Racial”. Na mesma reportagem, o ministro Edson Santos afirmou que “o grande avanço é que ele não vai gerar conflito”. (O Globo, p. 11.) O Dep. Luiz Alberto (PT-BA) por sua vez afirmou, em pronunciamento da tribuna da Câmara, que o texto aprovado era “o possível”. E acrescentou: “Em caráter conclusivo, a matéria vai ao Senado Federal, onde também há um acordo para imediatamente se constituir uma Comissão Especial para aprovar o Estatuto, a fim de que o Presidente Lula, ainda este ano, possa sancioná-lo e dar ao Brasil uma oportunidade de se criar uma verdadeira democracia.” Segundo ainda a reportagem de Bernardo Franco, “o DEM elogiou as mudanças”. Quem conduziu as negociações pelos Democratas foi o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e já se pode bem avaliar a profundidade (e a realidade) da “verdadeira democracia” para a qual se abrem agora todas as oportunidades. Johanna Nublat, repórter da “Folha de S. Paulo”, escreveu que a oposição, comandada por Lorenzoni, afirmou “ter tirado todos os pontos com os quais não concordava”. (FSP, p. C9.) Ao “Correio Braziliense”, o deputado fez declarações mais incisivas: “Tiramos qualquer tentativa de racialização do projeto”. (CB, p. 11.) Nublat, aliás, é autora da pérola mais preciosa escrita sobre a versão do Estatuto aprovada ontem na Câmara dos Deputados: “Há também pontos mais práticos, como a possibilidade de o governo criar incentivos fiscais para empresas com mais de 20 empregados e pelo menos 20% de negros.”Quando o ponto mais prático é uma possibilidade, o leitor pode bem dimensionar o que representa a proposta aprovada para a superação das desigualdades raciais. Nem falo de racismo, porque a Comissão Especial, a rigor, nunca tratou do tema. Mas é fato que, sem falar de racismo, não alcançamos as motivações fundamentais. Há algumas semanas, a mídia divulgou a discriminação sofrida por Januário Alves de Santana, agredido por seguranças do supermercado Carrefour numa cidade da Grande São Paulo. Todos conhecem a história do homem negro, técnico em eletrônica, que foi acusado de tentar roubar seu próprio veículo, um EcoSport. Acusado e violentamente espancado nas dependências do Carrefour. Segundo ainda o noticiário, Januário viveu tantos constrangimentos após a compra do veículo, que decidiu se livrar dele. Creio que deveríamos fazer uma reflexão sobre como essas imposições violentas de limites têm afetado a população negra. Inclusive entidades e parlamentares. Por causa de seus traços fisionômicos, seu fenótipo, e de um conjunto de injunções decorrentes da hierarquização do humano vigente entre nós, Januário vê-se obrigado a rever seu projeto, reduzindo suas dimensões, buscando adequar-se aos limites impostos pelo racismo. Um modelo mais modesto de veículo talvez lhe permitisse acomodar-se aos limites rígidos preestabelecidos, seguramente é o que pensa Januário. Segundo os seguranças do Carrefour citados na revista Carta Capital, tudo, toda a informação estava na cara de Januário. Sua cara não nega, teriam dito os seguranças. E mais: “Você deve ter pelo menos três passagens pela polícia”. Sendo assim, não admiraria que Januário, renunciando a seu projeto legítimo de possuir um EcoSport, fosse preso ou assassinado conduzindo uma bicicleta.(Carta Capital, nº 560,25/08/09 p.16.) O fato é que os negros vivem em um mundo em que se sabe de antemão muita coisa sobre eles. Impressiona a quantidade de informação que o olhar racista pode colher em um rosto negro. Os negros são no Brasil a evidência pública de um conjunto de delitos.
Apoiado por muitos outros autores, Umberto Eco afirma que é o outro, é o seu olhar, que nos define e nos forma. E não se trata aqui, diz ele, de nenhuma propensão sentimental, mas de uma condição fundadora (ver Cinco escritos morais. Editora Record, 1997, p. 95.) Já sabemos como somos vistos e, a partir desse olhar, como devemos nos definir e conformar nossos projetos. Seria melhor dizer como devemos amesquinhar e reduzir nossos projetos. Sonhos não realizados, esperanças frustradas reafirmando e reforçando a ideologia que previamente nos classificou a todos.
Os parlamentares negros que ontem cantaram e ergueram os punhos fechados e se abraçaram ao DEM, o ministro Edson Santos, a Seppir, a Conen, a Unegro, todos comemoravam no fundo a redução e o amesquinhamento do projeto de Estatuto. Conformaram-se ao “possível”. Confiam que na redução ainda se podem projetar ganhos eleitorais. Vão colher, seguramente, o que plantaram.

OPINIÃO
10/09/2009
É o racismo, estúpidos
Edson Lopes Cardoso
edsoncardoso@irohin.org.br

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vitoria do movimento de mulheres: assassino de JACINTA ANDRADE foi julgado e condenado.


Companheiras e Companheiros,Hoje 05 de Outubro de 2009, dia Mundial do Habitat , nos indignamos, denunciamos, torcemos, choramos, comemoramos!!!No dia 19 de Junho de 2005, exatamente á 04 anos atrás, foi assassinada de uma forma covarde e brutal a nossa companheira Jacinta Andrade: Mulher, Mãe, Negra, diretora de Gênero da FAMCC, militante do Movimento Popular... Jacinta Andrade Atuava e Defendia a Bandeira de Luta em Defesa da Violência Contra a MULHER!Sendo ela mais uma vitima justamente da CAUSA que defendia, pois teve seus sonhos interrompidos pelo seu namorado, que a matou de forma covarde e violenta.Hoje 05 de Outubro de 2009 aconteceu o julgamento do assassinato de Jacinta Andrade (Tribunal Popular do Júri), portanto desde as 8:00 horas estivemos presente acompanhando o julgamento que terminou por volta de 17:00 horas, sendo o assino condenado a cumprir a pena de 19 ANOS DE PRISÃO EM REGIME FECHADO.Sabemos que ele merecia muito mais, pois a DOR dos seus familiares, amigos e tod@s que conheciam e conviveram com Jacinta Andrade sentiram ainda está presente. Mais por outro lado conseguimos fazer com que este assassino fique livre e impune!!! Foram 04 (quatro) anos de espera e luta, onde nunca desistimos, e hoje vemos finalmente a justiça prevalecer!!!QUEREMOS AGORA DEDICAR E COMPARTILHAR ESSA VITORIA COM TOD@S QUE LUTAM PELOS DIREITOS, E FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHRES!
Atenciosamente,
Família FAMCC-PI
(86) 3223-4967/ 8802-0544/8802-0604

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dinamarca uma... Vergonha mundial






O mar se tinge de vermelho, entretanto não é devido aos efeitos climáticos da natureza. Se deve a crueldade com que os seres humanos (ser civilizado) matam centenas dos famosos e inteligentíssimos Golfinhos Calderon. Isso acontece ano após ano na Ilha Feroe na Dinamarca. Deste massacre participam principalmente jovens
Por que? Para demonstrar que estes mesmo jovens já chegaram a uma idade adulta, estão maduros. Nesta celebração, nada falta para a diversão TODOS PARTICIPAM DE UMA MANEIRA OU DE OUTRA, matando ou vendo a crueldade “apoiando-a como espectador”. Cabe mencionar que o golfinho calderon, como quase todas as outras espécies de golfinhos, se aproxima do homem unicamente para interagir e brincar em gesto de pura amizade. Eles não morrem instantaneamente, são cortados uma ou duas vezes com ganchos grossos. Nesse momento os golfinhos produzem um som estridente bem parecido ao choro de um recém-nascido. Mas sofre e nãp há compaixão até que este dócil ser se sangr lentamente e sofra com feridas enormes até perder a consciência e morrer no seu próprio sangue. Finalmente estes heróis da ilha, agora são adultos racionais e direitos, já demonstraram sua maturidade. O que podemos fazer? Já existe via email um abaixo assinado para protestar contra essa atrocidade com o objetivo de criar uma especie de opinião pública mundial contra essa prática assassina. Comente, seja seguidor do Blog ou coloque o seu email que enviarei o abaixo assinado. Outra forma de não sermos apenas espectadores é tratar nossa casa, nossa cidade com o cuidado ambiental e humano que ela merece. E aí, você acha que essa prática por ser uma tradição e parte de uma cultura dinamarquesa deva ser respeitada, ignorada ou deve ser abolida por que tradição e cultura se modifica ou se altera, especialmente se for para garantir o direito a vida...?? Comente!!!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Revista ISTO É tenta construir Imagem negativa de Zelaya




Imagens selecionadas e divulgadas para representar um fato ou acontecimento pela imprensa dizem mais do que aquilo que mostram ou enunciam, carregam sentidos ocultos com o objetivo de conquistar o inconsciente coletivo se apresentando como verdades, dispensando reflexão. As três imagens expostas na Revista ISTO É de 30 de setembro intituladas O ATAQUE, AS VITIMAS E O ALVO desejam representar o conflito politico em Honduras. Nesse sentido, se você observar a imagem que foi publicada do presidente Zelaya, dormindo, como se tivesse indiferente aos conflitos poderá concluir que apesar dele ser alvo dos ataques, a principal vitima é o povo. Na verdade, ISTO É constrói com sutileza um Zelaya manipulador e responsável pelo conflito através de imagens que aparentemente por não serem intencionais sugerem, tentam covencer o absurdo, ISTO É, que o principal culpado pela instabilidade política é o próprio presidente deposto por um golpe.

IMPRENSA BRASILEIRA APOIA GOLPE EM HONDURAS


A Imprensa golpista (GLOBO, VEJA, ISTO É, ESTADÃO E FOLHA DE SÃO PAULO) promovem uma série de reportagens tentando transformar Zelaya (presidente deposto por um golpe) no golpista. Tal imprensa fez o mesmo papel nos idos de 1964 apoiando um golpe militar e uma ditadura no Brasil em nome da democracia. Nesse sentido, Honduras serve como um ensaio para a contra-ofensiva dos conservadores neoliberais. Em artigo de Leonardo Arttuch, da revista Isto é de 30 de setembro de 2009, o jornalista tenta justificar o injustificável. Para Arttuch Zelaya só foi deposto porque tentou violar a Constiuição Hondurenha, ao propor um referendo em favor da propria reeleição. Em outras palavras, Zelaya iria através de um plebiscito aprovar ou não o instituto da reeleição. Entretanto, o congresso cinco dias antes do referendo aprova uma lei proibindo a realização de consultas populares seis meses antes ou seis meses depois das eleições gerais. Na verdade, o casuísmo que tanto a imprensa condena foi reproduzido pelo próprio congresso Hondurenho se manifestando poucos dias antes da consulta ao povo. Nesse sentido, o Referendo era legal, mas tornou-se ilegal pela manobra do congresso que se diz representante do povo, mas não confia e não permite esse mesmo povo decidir. Na sua opinião Zelaya foi deposto porque tentava um golpe? Se sim, cuidado! Você está reproduzindo um discurso dos verdadeiros golpistas...